Foto: Felype Falcão/Apampesp

Protesto ocorreu porque o líder da Alesp, Cauê Macris, determinou fechamento da casa do povo para o povo; próxima sessão será na segunda (9)

Mais uma sessão plenária da reforma da Previdência foi suspensa na Assembleia Legislativa de SP. Nesta quinta-feira (5), deputadas de oposição ocuparam a mesa do presidente Cauê Macris (PSDB), o que esquentou os ânimos entre os parlamentares e resultou no cancelamento das discussões. 

De acordo com as deputadas — Professora Bebel, Márcia Lia e Beth Sahão, do PT, e Isa Penna e Mônica Seixas, do PSOL — a atitude foi um protesto à decisão de Macris, que fechou o plenário para o público na noite de ontem. Pouco depois do início da sessão, por volta de 19h30, as portas do salão Juscelino Kubitschek foram trancadas. Houve aglomeração de servidores nos corredores e princípio de conflito com a Polícia Militar. As entradas do prédio também foram bloqueadas.

Cerca de mil pessoas protestavam à frente do plenário pedindo que as portas fossem abertas. Um grupo batia nas paredes e portas e pressionava policiais para liberação da entrada.

 

Sentadas à mesa diretora, as mulheres oposicionistas afirmavam que só deixariam o local quando o presidente da Alesp autorizasse população na galeria. Diante do impasse, Macris decidiu suspender a sessão. Ele classificou o protesto como bagunça e disse que não negociaria o assento que lhe é de direito pela condição de líder da Casa.

As parlamentares consideram uma vitória o cancelamento da sessão, agora prevista para segunda-feira (9), às 9h. “Protestamos contra toda essa tramitação impositiva de um projeto de desmonte da Previdência que prejudicará milhares de servidores”, afirmou Professora Bebel.

Além do grupo feminino, o deputado Carlos Giannazi (PSOL) apoiou o movimento. O também professor repudiou a decisão de Macris. “Ato autoritário do presidente da Alesp, comparável aos tempos do regime militar, de mandar fechar o plenário e todo o prédio para impedir o acesso da população e dos servidores, que lutam contra a farsa da reforma da Previdência”, concluiu.

Um requerimento de deputados direcionado ao presidente da Casa para fechamento do plenário na sessão do dia 4 mostra que representantes do povo têm dificuldade de lidar com gente. Ou pelo menos com gente que deles discorde. No documento, parlamentares do Novo, PSDB, PROS, PSD, Republicanos, PL, PSL, PTB, DEM, PP e PSB, além de um sem partido (Arthur do Val, expulso do DEM), pediram evacuação da galeria para continuidade dos trabalhos, sob justificativa de infração do regimento interno por parte de servidores em sessões passadas.

VEJA O DOCUMENTO

 

As sessões plenárias sobre a Previdência seguem tumultuadas. Na quarta, houve agressão física entre deputados, conforme você pode conferir aqui

A próxima sessão está prevista para segunda-feira (9), às 9h.