Lançada em 27 de setembro, a pesquisa “Juventudes e a Pandemia: e agora?”, que ouviu mais de 16 mil jovens de 15 a 29 anos de o país entre os dias 18 de julho a 21 de agosto deste ano, coordenada pelo Atlas das Juventudes, revela que os candidatos que quiserem conquistar os votos dos jovens devem mostrar como pretendem investir em educação, combate à fome, fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e recuperação econômica. O objetivo foi ouvir e fazer um levantamento para entender os impactos, os hábitos adquiridos e as prioridades para a educação, saúde, trabalho e renda.

“A maior geração de jovens da história do Brasil demanda propostas concretas e um compromisso real de governantes e candidaturas em 2022. A pesquisa mostra alguns dos seus principais anseios e aspirações, além dos impactos da pandemia em suas vidas. Esse é um processo que temos conduzido ao longo de 3 anos com centenas de milhares de jovens e poderá contribuir para a definição de prioridades na escolha de que projeto de desenvolvimento e políticas públicas as juventudes querem para o nosso país”, afirma Marcus Barão, coordenador geral do Atlas das Juventudes e presidente do Conselho Nacional da Juventude.

Jovens com ansiedade e que sentem atraso na aprendizagem

De acordo com os jovens, candidatos devem priorizar a educação (63%), a saúde (56%) e a economia, trabalho e renda (49%) e a redução das desigualdades (25%). Se fossem governantes, jovens dizem que investiriam em fortalecimento da educação, combate à fome, fortalecimento do SUS e planejamento para a recuperação econômica. O forte impacto da pandemia na saúde mental de jovens ainda é sentido: 6 a cada 10 participantes passou ou vem passando por ansiedade nos últimos 6 meses e 50% sentem o cansaço e exaustão frequentes como efeitos da pandemia. No levantamento, 18% dos jovens relataram depressão e 9%, automutilação ou pensamento suicida.

Na Educação, 55% dos jovens sentem que ficaram para trás em termos de aprendizagem, como consequência da pandemia. E 11% ainda pensam em deixar de estudar nos últimos 6 meses, enquanto 34% já pensaram mas não querem mais parar. Durante os anos da pandemia, parte dos jovens chegou a interromper os estudos em algum momento: em 2020, foram 28%; em 2021, 16% e em 2022, 3%.

Já em termos de hábitos adquiridos durante a pandemia na educação, quase 7 a cada 10 citam o uso de tecnologias para estudar, e 5 a cada 10 relatam usar a internet para aprofundar os assuntos além do que é trabalhado em sala de aula pelos professores. Para enfrentar os efeitos da pandemia no mundo do trabalho, jovens citam como ações prioritárias a oferta de cursos para a qualificação profissional e editais para fomento de projetos das juventudes.

Veja as principais conclusões da pesquisa “Juventudes e a Pandemia: E agora?”

Educação e aprendizado:

Nos últimos 6 meses, 34% já pensaram em parar de estudar e 11% ainda pensam.

55% desses jovens sentem que ficaram para trás, em termos de aprendizagem, como consequência da pandemia.

82% pretendem continuar estudando após a conclusão da etapa que estão atualmente.

Contudo, durante os anos da Pandemia boa parte dos jovens chegou a interromper os estudos em algum momento: em 2020, foram 28%; em 2021, 16% e em 2022, 3%.

52% sentem que desenvolveu ou intensificou a dificuldade de manter o foco, 43% de se organizar para os estudos e 32% para falar em público, em função do período remoto.

Em termos de hábitos adquiridos, quase 7 a cada 10 citam o uso de tecnologias para estudar. Cinco a cada 10 citam o uso da internet para aprofundar os assuntos e ir além do que é trabalhado em sala de aula pelos professores. Além do uso de ferramentas interativas para a aprendizagem. E 48% relatam que adquiriram o hábito de ler mais.

Quase 5 a cada 10 jovens consideram que os conteúdos mais importantes para a escola estão relacionados à preparação para o mundo do trabalho, e atividades para trabalhar as emoções. Para 1/3, as estratégias para organizar o tempo de estudo são essenciais.

Mais de 7 a cada 10 estão otimistas em relação ao seu desenvolvimento nos estudos. E para cada 6 a cada 10 o otimismo prevalece em relação à qualidade do ensino e conexão da educação com o mundo do trabalho. Em relação aos aprendizados que a pandemia deixou para a educação, 9 a cada 10 concordam que as pessoas entenderam que há várias formas de aprender, que a tecnologia está sendo mais bem utilizada na educação e que novas dinâmicas de aula e de avaliação foram adotadas.

Pensando no futuro da educação e nas prioridades para apoiar jovens a lidar com os efeitos da pandemia, são destacados, novamente, o apoio psicológico, desta vez para toda a comunidade escolar, a bolsa de estudo e auxílio estudantil e a ampliação de oportunidades para a educação profissionalizante.