O governador Geraldo Alckmin considerou “positivo” o resultado do Saresp (sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo). Mas foi obrigado a reconhecer que o rendimento está longe do nível considerado adequado. E é isso o que se destaca no resultado da Saresp: problemas no ciclo fundamental e no ensino médio. Numa leitura positiva, o exame mostrou que as notas dos alunos do 5o ano do fundamental subiram em 2014. Por outro lado, as notas do ensino médio praticamente estacionaram em patamar abaixo do adequado.

 

Ao priorizar a avaliação positiva do Saresp, o governador parece “tapar o sol com a peneira”. Na verdade o resultado do exame demonstra a fragilidade da política educacional nefasta e excludente dos governos tucanos em São Paulo. Os projetos até agora executados renderam resultados pífios. E o Saresp é a prova cabal de que a pedagogia de resultados não deu certo.

 

A Secretaria da Educação, ao apresentar o resultado, mostrou também uma série histórica bastante elucidativa de que o ensino em São Paulo está mais para estagnação do que para avanços.

 

Essa estagnação das notas de português e matemática em níveis baixos no último ano do ensino fundamental e no ensino médio é o calcanhar de Aquiles da política de educação do governo paulista. As estratégias de meritocracia implementadas pelo governo Alckmin, como bônus aos professores atrelados a metas de aprendizagem, não surtiram efeito.

 

O Saresp também evidencia uma lentidão acentuada no ritmo de aprendizagem dos estudantes da rede pública estadual. E exige uma avaliação aprofundada do motivo pelo qual em São Paulo os alunos caminham tão pouco na aquisição do conhecimento. A sociedade quer respostas rápidas para esse problema.

 

Por Gilberto Alvarez, diretor do Cursinho da Poli e presidente da Fundação PoliSaber.

Secom/CPP