O CPP acompanhou o lançamento do estudo Perda de Aprendizagem na Pandemia criado pelo Insper e o Instituto Unibanco nesta terça-feira (1º). Evidências nacionais e internacionais que realçam o impacto no desenvolvimento educacional dos estudantes que se formarão no Ensino Médio em 2021 foram apresentadas.

O grupo de pesquisadores, liderado pelo economista e professor Ricardo Paes de Barros, do Insper, em parceria com o Instituto Unibanco usou como metodologia um modelo de simulação capaz de estimar a perda da aprendizagem de 2020 a 2021.

A pesquisa reúne estimativas sobre qualidade do ensino remoto, engajamento dos estudantes durante a suspensão das atividades presenciais nas escolas e impactos na renda, além de indicações de recuperação e mitigação das perdas educacionais.

Segundo Ricardo Paes de Barros, “o Brasil nunca viveu um desafio na Educação como este. Por isso, requer ações imediatas. Precisamos que a sociedade se comprometa a reconhecer uma nova dívida educacional, principalmente com essa geração de estudantes do ensino médio”, alertou o presidente do Insper.

A pesquisa faz um alerta expressivo: no futuro educacional, caso não haja recuperação dessas perdas, especialmente a econômica, cada estudante que concluir o ensino médio em 2021 terá uma perda economicamente em sua vida entre R$20 e R$40 mil.

Para Ricardo Henriques, do Instituto Unibanco, a pesquisa Perda de Aprendizagem na Pandemia aponta uma situação “catastrófica” na educação brasileira, sem qualquer apoio do MEC. “Na saúde, a vacina dá conta, mas para educação a pandemia é mais desafiadora”, conclui o superintendente.

Para o Centro do Professorado Paulista, é importante enfatizar que paralelamente às perdas analisadas pelo estudo, há um inigualável e histórico rombo na vida funcional dos professores da rede pública paulista acentuado pela pandemia. É difícil prever o resultado das dificuldades que empurram ladeira abaixo a saúde física e emocional, a relação familiar e o contexto econômico dos profissionais da educação.

Certo é que os prejuízos sofridos por estudantes e professores até aqui merecem ações imediatas com esforços eficientes e coletivos.

Importante lembrar que entre as iminentes ações, torna-se imprescindível garantir condições dignas de trabalho que inclui a vacinação de todos os professores para promover a atuação segura e integral desses profissionais em sala de aula. A vacinação garante proteção aos estudantes, aos profissionais da educação, aos familiares e a toda a sociedade durante a pandemia.