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Professora de São Paulo estava entre os dez finalistas

 

Foram mais de 30 mil trabalhos inscritos, 50 professores foram selecionados e apenas dez foram para a final, que aconteceu ontem (24) em Dubai, nos Emirados Árabes. O vencedor do Global Teacher Prize, mais importante prêmio de educação do mundo, foi anunciado pelo ator Hugh Jackman.

Peter Tabichi, do Quênia, comemorou o resultado e se tornou o primeiro africano a ganhar o prêmio, que chegou em sua quinta edição. Seu trabalho, numa escola pública, tem o foco de ajudar crianças carentes do semiárido queniano a trabalhar em conjunto com os colegas de sala em um clube de ciência. Neste ambiente, eles desenvolveram um dispositivo que ajudava cegos e surdos para medir objetos. Com este equipamento, o grupo foi a primeira escola pública do país a vencer a competição nacional de ciência.

 “Como professor trabalhando na linha de frente, eu tenho visto a promessa desses jovens, sua curiosidade, talento, sua inteligência e suas crenças. Esses jovens africanos deixarão de ser detidos por suas baixas expectativas. A África produzirá cientistas, engenheiros e empreendedores cujos nomes serão famosos em todos os cantos do mundo”, disse Peter Tabichi logo após sua nomeação. O vencedor ganhou ainda um milhão de dólares da Varkey Foundation, fundação sem fins lucrativos e que promove o evento.

A professora brasileira Débora Garofalo, que leciona no bairro do Jabaquara, em São Paulo, estava entre os finalistas por seu projeto utilizando sucata e robótica com as crianças carentes da região. Ela conta que “estar aqui é vencer. Quero agradecer aos meus alunos que estão comigo em meu coração. Agradeço e parabenizo também o Peter Tabichi que tem uma história incrível e mereceu levar este prêmio”.

“Eu disse para os meus alunos que é possível fazer robótica na favela, é possível aprender e trabalhar a sustentabilidade. Gostaria de que nossa história fosse compartilhada e reproduzida com todos os alunos do Brasil”, complementou Débora.

As histórias do vencedor do prêmio e da brasileira tem ao menos um ponto em comum: ensinar numa região pobre de seus respectivos países. A criatividade de Débora em seu trabalho com as crianças brasileiras, segundo ela, mostra que “é possível aliar sustentabilidade e educação”. Ela ainda explica que “com o nosso trabalho conseguimos unir esses dois pilares e mostrar para o mundo que é possível ensinar tecnologia de baixo custo”.

Débora reforçou que “não é o ambiente que determina o seu futuro, mas suas iniciativas e atitudes. Todos os dias, as crianças da Almirante Ary Parreiras me provam que é possível ir mais longe”.