No ano da Copa no Brasil, um projeto chamou a atenção do CPP pela valorosa contribuição à cidadania, acessibilidade e à inclusão. Por meio do projeto “Deficiente Residente”, o Museu do Futebol – da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, conquistou o 3º lugar do IV Prêmio Ibero-Americano de Educação e Museus.

 

Segundo a instituição, foram mais de 160 projetos inscritos, representando 16 países. Desde 2010, o projeto Deficiente Residente  atua na área comportamental na implantação da convivência e residência de pessoas com deficiência dentro do Museu por um período pré-determinado. A cada ano são convidadas duas pessoas com diferentes deficiências para conviver por alguns meses com a equipe da Instituição. A meta é promover o aprendizado da equipe do Museu com as diversas necessidades do público, ampliar a inclusão do visitante e dos recursos acessíveis já disponíveis.

 

Por entender que a iniciativa é exemplar, a Secom – Secretaria de Comunicação do Centro do Professorado Paulista, procurou o Museu do Futebol que, por meio da coordenadora do Núcleo de Ação Educativa, Ialê Cardoso, nos faz saber tudo acerca do Projeto.

Secom: Como são operacionadas as visitas educativas?
Ialê Cardoso: As visitas educativas podem ser agendadas por telefone, todo começo de mês para o mês seguinte. Temos dois tipos diferentes de agendamento: com o acompanhamento do educador para visita mediada e o agendamento sem o educador. A visita com educador tem a duração de 1h30m.

 

Secom: Qual o perfil do visitante que o Núcleo Educativo recebe?
Ialê Cardoso: O Educativo recebe todos os perfis de público: instituições sociais, escolas privadas e públicas, pessoas em situação de vulnerabilidade social, idosos, pessoas com deficiência, público espontâneo, enfim, o Museu é um espaço para TODOS.

 

Secom: O resultado deste projeto foi divulgado nas escolas?
Ialê Cardoso:O resultado não foi divulgado nas escolas, porém, como já estamos caminhando para a 4ª edição do projeto, e esse já é o segundo prêmio que recebemos, costumo dar palestras e participar de debates e mesas para falar do projeto e os resultados alcançados, assim como escolas já nos chamaram para dar consultoria, principalmente da parte atidudinal, comportamental.

 

Secom: Como as escolas públicas, que têm alunos com deficiência, podem participar do projeto Deficiente Residente?
Ialê Cardoso:O projeto conta a cada ano com duas pessoas com deficiência, e sempre com um foco específico, como por exemplo, a deficiência visual, intelectual, física etc. As escolas interessadas em conhecer o projeto e suas transformações, tanto em cada indivíduo envolvido como no atendimento ao público do museu, podem entrar em contato conosco para fazer uma visita técnica. Podemos também ir até as escolas bater papo com os professores e alunos, se assim quiserem.

 

Secom: Qual a mais recente experiência com pessoas com deficiência?
Ialê Cardoso: No ano de 2013 o projeto lidou com a deficiência física, e tivemos um residente cadeirante e outra residente com paralisia cerebral. Os resultados, como sempre, foram transformadores!

 

Secom: Conte-nos um pouco do Projeto Deficiente Residente e o Núcleo Educativo do Museu do Futebol.
Ialê Cardoso: O Núcleo de Ação Educativa do Museu do Futebol segue com uma coordenação, um assistente de coordenação, um assistente administrativo, onde centralizamos os agendamentos, dois supervisores e 14 educadores que se dividem em dois turnos de trabalho.  E também 16 orientadores de público, dois supervisores e dois jovens aprendizes.
Cabe ao núcleo Educativo, como sua especificidade técnica, a mediação; e ao núcleo de Orientação, a informação. A visita educativa desenvolvida com um educador é toda baseada na metodologia da mediação, ou seja, a criação de um elo, através da dúvida, na relação acervo/visitante e visitante/acervo tendo como pressuposto o desenvolvimento de uma estratégia previamente estabelecida, resultado do domínio da especificidade técnica dessa área.

O Projeto educativo Deficiente Residente é uma experiência pioneira do Museu do Futebol que tem como foco atuar na área comportamental de modo a transformar e qualificar o atendimento oferecido pela equipe. Consiste na residência planejada de pessoas com deficiência dentro do Museu durante um período determinado.

A cada ano são convidadas duas pessoas com diferentes deficiências para conviver por alguns meses com a nossa equipe. O projeto parte do princípio de que para o Museu ser acessível ao público com deficiência é necessário fazer um projeto “com” e não “para” a pessoa com deficiência. O objetivo é promover a convivência da equipe com as diversas deficiências e necessidades do público, aprimorando o atendimento e os recursos acessíveis disponíveis.

O projeto possibilita desbravar universos subjetivos diferentes daqueles que conhecemos, enriquecendo as percepções e o conhecimento que temos uns dos outros. O processo de interação proporcionado por essa experiência vem contribuindo para quebrar paradigmas, transformando o olhar, a atitude e a mentalidade de todos os envolvidos.

Serviço:
Museu do Futebol
Praça Charles Miller, S/N – Estádio do Pacaembu
São Paulo – (11) 3664-3848
contato@museudofutebol.org.br
Preço: inteira R$ 6,00
meia: R$3,00
 

SECOM/CPP