Um esquema de venda de provas do Enem foi descoberto pela  polícia, em Minas Gerais, onde a prova foi fraudada em ao menos uma escola em Barbacena.Quintino Ribeiro Neto e o estudante universitário José Cláudio de Oliveira foram presos apontados como peças-chave do esquema.Os investigadores descobriram que os fraudadores prometiam aprovação em cursos disputados em universidades públicas e davam garantia. O candidato só pagaria depois da divulgação do resultado.

 

Segundo a polícia, os valores variavam de R$ 70 mil  a R$ 100 mil. “Ele replicava o gabarito por meio de ponto eletrônico e SMS aos candidatos contratantes da fraude”, explica o delegado Fernando José Barbosa Lima.Em uma das negociações, gravadas com a autorização da Justiça, o fraudador fala como era fácil aplicar o golpe. “Eu passo via mensagem de celular, mas é bagunçado. Não tem fiscalização, não. Não tem detector de metal, não tem nada no banheiro, é tudo bagunçado, a maior zona”.

 

A quadrilha foi desbaratada por meio de uma operação desencadeada no início do mês, com execução de 21 mandados de prisão preventiva e que já resultou no indiciamento de 36 pessoas por envolvimentos nas fraudes de vestibulares de Medicina. Mas, segundo o responsável pelas investigações, delegado Fernando Barbosa Lima, o suspeito apontado como chefe do grupo, José Cláudio de Oliveira, de 41 anos, teria tido também acesso às provas do caderno amarelo.

 

Luiz Cláudio Costa, presidente do INEP e responsável pelo Enem, garante que há segurança nos locais de prova. Para ele, mais de 1.500 tentativas de fraude foram identificadas no último exame. “Tem todo um tipo de treinamento que nós fazemos para isso, para ficarem atento às questões eletrônicas, do ponto eletrônico. Então, tudo isso é feito. Por isso, esse número, que é um número extremamente expressivo, mostra a atenção que o exame tem a cada detalhe”.

 

SECOM/CPP