O ano letivo nas 55 mil escolas da rede estadual começa nesta segunda-feira (15) com 143 mil alunos a menos do que no ano passado e, ao mesmo tempo, com cerca de 280 mil estudantes em salas com a lotação acima do limite. Isso porque, no início do ano, a Secretaria Estadual de Educação publicou uma resolução com brecha para que as classes tenham um excedente de 10%.
A resolução estabelece um teto de 30 alunos para as classes dos anos iniciais do ensino fundamental, 35 estudantes para as séries finais desse mesmo ciclo, 40 para ensino médio e 45 para as turmas de educação de jovens e adultos, nos níveis fundamental e médio. Mas abre um precedente em seu parágrafo segundo: “Excepcionalmente, quando a demanda, devidamente justificada, assim o exigir, poderão ser acrescidos até 10% ao estabelecido”.
A Secretaria Estadual da Educação não diz que vai fechar classes e afirma que mantém o número de salas abertas conforme a demanda existente. “Por nota, disse que, este ano, houve uma diminuição de alunos. Afirma ainda que com essa diminuição o estado poderia deixar de abrir 4,7 mil salas de aula em média, por falta de alunos. “Porém, essa não é a realidade”, completa.
Já o secretário estadual de Educação, José Renato Nalini, negou que haja uma “reorganização branca”, mas admitiu que poderão ter salas com lotação acima do limite. “O que eu posso dizer é que não há essa orientação”, afirmou. “O que existe é uma variação natural diante da mudança da clientela. E também não vai haver superlotação. Os últimos dados é que nós não chegaríamos a 7% da rede em situações acima do limite que vão sendo corrigidas no recorrer do ano”.
Alunos participam de reunião de planejamento escolar
O ano letivo começou mais cedo na Escola Estadual Professor Manuel Ciridião Buarque, na Vila Ipojuca, Zona Oeste. Na quinta-feira (11) quatro dias antes do início oficial, alunos participaram de uma reunião de planejamento com professores e diretores. “Essa foi uma reivindicação dos alunos depois do processo de ocupação no ano passado”, disse o professor Francisco Gretter. “A direção aceitou o pedido e eles estão participando de todo o planejamento escolar.”
Professor se queixa de cansaço
Segundo o professor Kleber Augusto, da EE Professor Antônio Firmino de Proença, na Mooca, Zona Leste, ao sair de uma reunião de planejamento, queixou-se de cansaço. “Estamos começando o ano esgotados porque não tivemos férias com as reposições de janeiro”. Disse ainda que as reposições começaram em 11 de janeiro e foram até 3 de fevereiro. “Depois já começou o planejamento e não descansamos”.
Fonte: Diário de São Paulo