Secretário Rossieli Soares na coletiva de imprensa/Governo de SP

Com previsão para julho, escolas serão liberadas por regiões e deverão seguir protocolos de distanciamento social e higiene

 

O secretário da Educação do Estado de SP, Rossieli Soares, anunciou nesta sexta-feira (24) que a volta às aulas presenciais da rede estadual de ensino está sendo desenhada pelo Centro de Contingência do Coronavírus, com especialistas da Saúde. A medida faz parte do Plano São Paulo, projeto do governo para retomada das atividades no estado depois da quarentena, e dividirá unidades escolares para retorno gradual por região, com distanciamento entre estudantes. A previsão é para julho, período que dependerá de decisão do governo com base na situação da doença.

De acordo com Soares, que concedeu entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, Saúde e Ciência vão comandar todas as decisões ligadas à Educação. “O retorno de atividades presenciais será autorizado pelo Centro de Contingência do Coronavírus e pela Secretaria da Saúde, baseados em evidências científicas”, afirmou. Ele lembrou que a paralisação foi gradual e que a retomada será feita da mesma forma.

Experiências internacionais têm sido observadas. O secretário mostrou práticas de alguns países em relação à volta às aulas. A Alemanha, por exemplo, faz retorno gradual e escalonado, iniciado pela educação infantil e com uso de ensino remoto. Outras nações foram apresentadas. O Chile trabalha com redução do número de alunos por turma, partindo de critérios geográficos. Todos seguem protocolos de higiene.

“O início da educação infantil tem variações importantes. Nós vamos trabalhar olhando-a de forma especial. O uso de ensino remoto é adotado por todos os países. A redução do número de alunos por turma, quando houver o retorno gradual, até voltarmos ao normal, será importante, por conta do distanciamento”, pontuou Soares. No que se refere ao critério geográfico, o secretário disse que caberá ao Centro de Contingência, avaliando o cenário de casos de covid-19 por cidade.

Sobre protocolos de higiene, a pasta adiantou algumas iniciativas. As escolas deverão promover cultura de higiene pessoal, além de garantia de que funcionários conheçam os riscos e procedimentos adotados. Redução de aproximação entre pessoas, lavagem das mãos e uso de álcool gel, sanitização de ambientes, ressaltando a importância da ventilação, são algumas das medidas. Haverá monitoramento das ações.

Todos os protocolos serão construídos com apoio da Undime (União dos Dirigentes Municipais de Educação), universidades públicas (USP, Unesp, Univesp, Unicamp) e instituições privadas, como a Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar), Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de SP (Siesp) e representantes de universidades particulares. Entidades ligadas aos professores, porém, foram ignoradas.

O retorno será iniciado pela educação infantil e por regiões específicas, autorizadas pelo comitê de contingência do governo e pela Secretaria da Saúde. “Quando houver determinada liberação, poderemos começar então a liberar a educação infantil”, informou Soares. Atendimento a creches, para auxiliar exclusivamente mães que trabalham, será prioritário. Soares lembrou que os protocolos serão diferenciados em unidades de educação infantil. “Distanciamento em outras etapas não será igual, porque não é possível estabelecer distanciamento de um metro de um bebê”, exemplificou.

De acordo com ele, a decisão final sobre a liberação caberá ainda às autoridades municipais, especialmente prefeituras e secretarias municipais de Educação e de Saúde.


ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E SUPERIOR

Terão liberação gradual possível em julho, conforme decisão do Centro de Contingência, e seguirão protocolos de rodízio de estudantes, que serão divididos por dias da semana. A ideia é não sobrecarregar os sistemas de transporte e não gerar aglomerações.

As unidades de ensino também deverão estabelecer distanciamento de mesas, além de garantir proteção aos estudantes e à comunidade escolar, com produtos de higiene. 

“Não retornaremos com todos os estudantes no mesmo dia. Teremos rodízio porque em uma sala de aula que tem 35 estudantes, para manter um metro de distância, não será possível trabalhar com 30, 35 estudantes. Então, uma parte irá em um dia, outra parte irá em outra, continuando com ensino remoto até que consigamos chegar em nível de liberação total.”


AULAS ONLINE

Começam na próxima segunda-feira (27), com transmissão pela TV Educação, parceria com a TV Univesp. Os anos iniciais terão aulas em horário fixo nos canais.

No retorno, a Secretaria da Educação (Seduc) fará avaliação diagnóstica para identificar defasagens e acolhimento para recuperar o clima escolar, inclusive avaliando a saúde mental. “Teremos planejamento específico para reforço escolar e recuperação muito intensa, mesmo para aquele que não pôde assistir e ter acessos às atividades online. Ninguém pode ficar para trás”, concluiu Soares.

Todas as medidas serão detalhas no Plano São Paulo, ainda sem previsão exata de divulgação.