Atualizado em 12 setembro, 2024 às 11:12

Foto: Bruno Amaral

A candidata à Prefeitura de São Paulo Tabata Amaral (PSB) foi, na noite desta quarta-feira (4), a oitava postulante ao Executivo paulistano recebida (veja abaixo a íntegra da sabatina e a galeria de fotos) na série de encontros promovidos pelo CPP para debater Educação municipal. Um dos assuntos que a candidata abordou, quando questionada pela jornalista do CPP Simone Tortato, foi a saúde mental do professor.

“Quando a gente começa a perguntar por que o professor ou a professora está faltando, a primeira razão que aparece diz respeito a transtornos mentais: esgotamento, burnout, ansiedade, depressão. A gente está vivendo uma epidemia. Está no nosso plano de governo também a importância de a gente olhar para a saúde mental de quem atua em sala de aula, e poder cuidar de quem cuida. E aí, gente, vamos para as páginas 2 e 3 também. Somos recordistas mundiais de violência contra professor em sala de aula. Claro que temos de ter um olhar muito cuidadoso e sério com essas tragédias que a gente viu no ano passado, mas aqui eu falo do bullying, da agressão verbal, da agressão física, da ameaça. São coisas que vão desestimulando e realmente sobrecarregando o professor”, enfatizou Tabata Amaral, que atualmente é deputada federal por São Paulo.

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Prestigiada pela presença na plateia da professora Loretana Paolieri Pancera, presidente do CPP, a candidata do PSB também falou de Educação inclusiva e de uma atuação conjunta de várias secretarias de governo trabalhando em prol da inclusão plena de alunos na rede municipal de ensino.

“Tanto eu quanto a professora Lúcia França (vice de Tabata), que tem formação em Educação inclusiva, a gente tem muita clareza dos investimentos que têm de ser feitos para que a Educação inclusiva de fato aconteça. A importância de a gente fortalecer o Naapa (Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem), a importância de a gente ter a assistência (social) e a saúde apoiando a Educação, a importância de a gente ter professores de Educação inclusiva, profissionais da área atuando em todas as escolas, porque essa é uma razão de sobrecarga muito grande que a gente tem hoje. O professor, muitas vezes, numa sala de aula com 25 alunos, tem 5 com TEA (Transtorno do Espectro Autista), e ele não tem como fazer o seu trabalho sem apoio, e as crianças não estão recebendo tudo o que podem”, ressaltou Tabata.

A postulante ao governo paulistano, na sabatina, também falou em construir políticas públicas para a Educação juntamente com “o chão da escola” ocupando cargos estratégicos na Prefeitura.

“A gente está com o nosso plano de governo aberto, recebendo contribuições, porque acho que não posso vir na casa do professorado e não acolher quem entende do assunto porque o vive todos os dias. Um ponto que para a gente é muito caro é a questão do diálogo. Carrego sonhos gigantescos para a Educação paulistana, assim como vocês. E tenho a absoluta convicção que se a gente não tiver professores e professoras, educadores e todo o corpo escolar – a gente está aqui falando da gestão, do corpo de apoio, da merendeira – construindo as políticas públicas, elas ficam lindas no gabinete mas não são implementadas nem trazem resultados. E eu sei que diálogo não é palestra para centenas de pessoas, muito menos reunião online (…) E vou falar da outra ponta. É claro que eu vou governar com a ajuda de muitos partidos, e tenho total consciência disso, mas me parece que a Educação tem de ser uma área blindada à intervenção partidária. E nesse sentido a gente tem bastante coragem. A gente tem hoje cargos muito importantes da Secretaria de Educação, os próprios diretores regionais que ocupam a liderança das DREs, que são indicações políticas e que muitas vezes trazem um profissional ou uma profissional que não vem do chão da escola. E essa é uma coisa que está no meu plano de governo. A gente vai fazer processos que possam reconhecer a gestão, o professor e a professora que conheça a sala de aula para ocupar esses quadros na Secretaria e também nas DREs”, disse.

Além das perguntas feitas pelo CPP, Tabata Amaral também respondeu aos questionamentos dos seguintes jornalistas: Beatriz de Oliveira (Nós, Mulheres da Periferia), Cristiane Gercina (Folha de S.Paulo), Maria Eugênia (Revista Educão) e Vinicius Alexis (Rádio Jovem Pan).