Quando realizou a sua primeira apresentação, em 1996, o Sarau do Charles – o primeiro multicutural de São Paulo, nunca imaginou que “ficaria maior”. Aliás, são 18 anos de consolidação na cultura paulistana. Apresentado por Charles, um palhaço culto, elegante e por vezes um tanto erudito, contribuiu para a multiplicação dos saraus existentes na capital paulista.
Mas Charles, encarnado na pele e na alma do artista e ativista cultural Alessandro Azevedo, iniciou suas atividades em São Paulo em 1991, tendo os parques públicos e as estações de Metrô como seu principal palco. O principal objetivo de Charles é humanizar as relações, provocar o diálogo. Por exemplo, no Metrô – onde os usuários estão cada vez mais ligados às redes sociais dos seus celulares, durante as viagens, Charles inicia um diálogo com um passageiro e, aos poucos, vai envolvendo muitos outros, trazendo a relação humana à tona nos vagões.
Nos dias de sarau, artistas dos mais diversos gêneros e manifestações culturais se reúnem na Associação Raso da Catarina, à rua Fidalga, 986, casa 1 – telefone (11) 3537-9331, na Vila Madalena, zona oeste, para apresentar sua arte ao público que, a cada apresentação, vem lotando o local para saborear os novos e grandes talentos da cultura de São Paulo.
Agora, Charles começa a trilhar novos caminhos depois que se tornou ativista cultural. A luta de um grupo de artistas fez com que o governo do estado criasse o Programa de Ação Cultural (Proac), fez surgir o Fórum Permanente para as Culturas Populares, que nasceu no Raso da Catarina, e tem o maior objetivo de ocupar os espaços públicos, lutando por editais de artes e de teatro de rua e por políticas públicas que valorizem o artista de rua.
Secom/CPP