João Cury também menciona valorização do professor, apoio à tecnologia e foco no aluno

O novo secretário de Educação do Estado de São Paulo, João Cury Neto, tomou posse nesta quinta-feira (26). A solenidade foi realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, com a presença do governador Márcio França (PSB). Emocionado, Cury discursou por mais de 30 minutos para secretários municipais, prefeitos, deputados, vereadores, familiares e amigos. Falou de gestão participativa – parceira de todas as secretarias municipais de educação do estado – e destacou o interesse de tornar as escolas mais interessantes.

Nascido em Botucatu, Cury é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), em Campinas, e especialista em Direito Tributário pela Universidade de Bologna, na Itália. 

Confira trechos do discurso:

A missão da SEE será fazer das escolas locais mais agradáveis para os alunos, ou seja, que eles gostem de frequentar. Para isso, é importante nos afastarmos de conceitos pré-concebidos, que não nos deixam pensar no enorme leque de novas práticas e métodos, muitos de eficácia já comprovada, e que precisam de implementação rápida. Isso, contudo, não significa rupturas. Em política educacional, aprendi que não há nada pior do que descontinuidade das políticas existentes, já discutidas. A intenção é dar espaço a novas ideias e aperfeiçoar o processo de ensino e aprendizagem. A ideia baseada nos pilares do pensar e do fazer já não atende nossas necessidades. Para os jovens de hoje, é imperativo o significado.

Precisamos preparar toda nossa rede para essa experiência. A valorização e o reconhecimento de nossos educadores, um processo sério de formação e capacitação dos colaboradores, aliados a material didático adequado, são requisitos imprescindíveis para que resultados sejam alcançados. Vamos trabalhar para em pouco tempo aplicar as provas de desempenho e a prova de evolução funcional, viabilizar a progressão dos integrantes do quadro de Apoio Escolar. Ampliaremos ainda mais o diálogo, instituindo comissão permanente com representantes da comunidade escolar e dirigentes, para ouvir e promover soluções conjuntas com os diferentes segmentos.
 
Buscaremos tecnologias para promover investimentos e atendimento de demanda física e tecnológica das escolas e das nossas diretorias regionais. É necessário fortalecer e reconhecer a FDE [Fundação Para o Desenvolvimento da Educação] como nossa principal e estratégica parceira. Há uma série de mudanças e propostas em curso, decorrentes de novos marcos legais aprovados pelo Congresso Nacional. As ideias estão colocadas, precisamos fazê-las funcionar. Enfim, trabalho não nos falta. Asseguro que São Paulo estará na vanguarda dessas implementações. 

Estou cansado de reuniões que só visam ao interesse da burocracia, em que a palavra aluno não é pronunciada uma única vez. Desculpem-me, mas, se não for por eles e com eles, melhor pegar o chinelinho e ir embora para casa. Para cada reunião, cada conversa, cada ato, cada assinatura, antes e acima de tudo, sua excelência, o aluno. Não é tarefa fácil, eu sei, mas é preciso tentar.

 

GOVERNADOR

Além de cumprimentar e dar boas-vindas ao secretário, Márcio França fez questão de dizer que a profissão mais nobre de todas é a de professor. “Não há nenhum de nós que tenha passado por um banco escolar, e que não se lembre de algum professor. Professor sempre marca. Portanto, a educação é o grande desafio, é o desafio do Brasil. Precisamos de animação e energia para tocar projetos”, disse. O governador afirmou ainda que têm profundo respeito pelos servidores públicos, os quais deseja próximos da gestão.

CPP

O presidente José Maria Cancelliero e a terceira vice-presidente, Maria Lúcia de Almeida, acompanharam o evento. A entidade tentará audiência tanto com o secretário, como com o governador a fim de discutir políticas educacionais, especialmente voltadas a salário.