CPP cobra da Seduc solução para medidas que prejudicam os professores em tempos de pandemia e teletrabalho

Todos vivenciamos um período atípico em todo o mundo, em todo o Brasil, em São Paulo e na rede estadual de ensino. A Covid-19 tem nos levado a tomar medidas jamais pensadas, visto a contingência da necessidade do isolamento social para a segurança de toda a população.

O Centro do Professorado Paulista está ciente das dificuldades enfrentadas pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc), na busca de que não haja a perda, por conta do que vem acontecendo, do ano letivo.

A Seduc editou as Resoluções nº 44 e 45 de 2020, buscando regulamentar a situação de teletrabalho e ensino a distância na rede estadual da educação e tentando minimizar os prejuízos no ensino público estadual.

Entretanto, o CPP verifica que as explicações foram extremamente sucintas, de forma a praticamente nada elucidar alguns casos que têm trazido dúvidas em grande parte de nossos associados.

Verifica-se que, desde o início das edições de medidas relacionadas ao teletrabalho, isolamento social e afastamento de pessoas do grupo de risco de suas unidades de trabalho, absolutamente nada foi tratado de forma específica quanto ao professor/servidor READAPTADO, grupo quase sempre esquecido pelo governo, como se esses professores fossem de segunda categoria, o que nós, como entidade de classe, não podemos admitir.

Servidores especiais merecem regras especiais, não podendo se respaldar na norma comum. Existe no momento, a urgente necessidade de que se publique uma resolução elucidando a situação dos READAPTADOS, em tempos de Covid-19.

Além da questão premente dos readaptados, outros problemas têm surgido nesse período de pandemia.

O CPP sempre apoiará as medidas da Seduc que visem a melhorar a educação e a qualidade de trabalho dos professores, como as que estão sendo tomadas, em razão da situação “sui generis” que vivemos. O que o CPP jamais vai concordar é que tais medidas venham a onerar o professor, ou mesmo invadir sua privacidade. E por que falamos isso?

Retornando os professores às suas funções, por teletrabalho, o CPP defende a retomada do pagamento do vale-refeição, bem como a instituição de um abono emergencial para despesas extras que esses professores terão.

Planos de celulares com maior capacidade, energia elétrica, manutenção de equipamentos, por conta de uso próprio, não podem ser somadas às despesas normais do professorado, visto que não foi ele que pediu por essa situação.

Há anos o CPP cobra um reajuste salarial do Governo do Estado de São Paulo que venha a remunerar de forma digna e justa os professores, sendo uma luta incansável da entidade.

Não consideramos o abono complementar do piso reajuste salarial, visto isso ser determinação federal a qual o estado está obrigado a cumprir. E que, em São Paulo, é aplicado de forma totalmente deturpada em prejuízo de toda a classe do magistério.

Quanto à invasão de privacidade, o CPP repudia veementemente o posicionamento de alguns diretores de escola que, dizendo-se fundamentados em determinações da Seduc, estão exigindo que professores forneçam seu numero de celular privado a seus alunos, com a finalidade de montarem grupos de aulas, bem como para passar avisos da direção como, por exemplo, a distribuição do material.

O CPP entende que o pedido fere o princípio constitucional da privacidade, beirando o abuso de autoridade. O professor não tem obrigação legal de fornecer seu número de celular a alunos, seja pela questão de privacidade e, até mesmo, de segurança.

Seria o mesmo que a Seduc querer, em tempos de aulas presenciais, que os professores fornecessem seu endereço para os alunos montarem grupos e estudo na casa do professor. Absurdo!

Com base em todo esse quadro, o CPP enviou ofício ao secretário da Educação cobrando medidas urgentes e satisfatórias quanto à resolução imediata desses assuntos, via atos oficiais e cobrando uma resposta direta à entidade.

Veja o documento.