A situação é absurda. Para o almoço das crianças na escola, nada melhor que bolacha, doce ou salgada. Não é um boa ideia? Tudo bem, pode ser um pão com manteiga ou geleia.

Ainda não está satisfeito? Aqui vai uma última opção: uma barrinha de cereal.

Na hora do lanche, não seria legal repetir a dose?

Essa tem sido, há 15 dias, a realidade dos 390 alunos da Emei (Escola Municipal de Ensino Infantil) Professora Célia Ribeiro Landin, na zona leste de São Paulo.

Especialistas dizem que essa merenda não tem os nutrientes necessários para as crianças se desenvolverem bem. Além do mais, pode até causar obesidade.

Antes, os alunos comiam bem, com variedade. Mas as duas merendeiras da escola, funcionárias da prefeitura, se aposentaram no fim do mês passado. Até agora, as vagas ainda não foram preenchidas pela Secretaria Municipal da Educação.

Não tem como dizer que a aposentadoria é uma surpresa. Faltou planejamento.

Esse tipo de coisa mostra o descaso da gestão de Fernando Haddad (PT) com o ensino público da cidade.

E olha que o prefeito já foi ministro da Educação. Ele deveria saber que não é só aquilo que acontece em sala de aula que influencia o desempenho dos alunos.

Ou alguém acha que crianças com fome são capazes de prestar atenção nas aulas?

Há outros problemas que afetam os estudantes. O jornal Agora São Paulo já havia mostrado falhas na sinalização de trânsito em regiões de escolas. Isso coloca em risco a segurança das crianças.

Se acontecem tantos erros com coisas simples, é melhor nem imaginar como a prefeitura vai tratar as questões mais difíceis da educação.

Editorial do jornal Agora São Paulo, publicação da última sexta-feira (13).

SECOM/CPP