Em meu último texto falei sobre o lançamento do relatório de Monitoramento Global de Educação da UNESCO. A Educação para Todos foi um marco lançando pela ONU que tem como objetivos (resumidamente): Objetivo 1 – Educação Pré-Primária, Objetivo 2 – Educação Primária, Objetivo 3 – Primeiro nível do ensino secundário, Objetivo 4 – Alfabetização de Adultos, Objetivo 5 – Paridade de Gêneros na educação primária e Objetivo 6- Melhorar todos os aspectos da qualidade da educação e assegurar a excelência de todos. Estes foram estabelecidos em 2000, com uma previsão de serem alcançados em 2015.

Para um panorama mais detalhado dos objetivos e da posição do Brasil, acesse o link http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/education/education-for-all/education-for-all-goals/#c1097595

O relatório deixa claro que nenhum objetivo terá sua totalidade alcançada a nível global. É importante notar que foram feitos avanços, mas que faltando um ano para que os objetivos fossem alcançados, muito ainda precisará ser feito, principalmente não abandonar tais objetivos passada a data marcada.

Alguns dados são interessantes de notar, como a educação infantil que o relatório aponta que “entre 1999 e 2011, o número de crianças fora da escola caiu quase pela metade. Após um período de estagnação, houve uma pequena melhora, entre 2010 e 2011. No entanto, essa redução de 1,9 milhão mal ultrapassa um quarto da média, entre 1999 e 2004. Se a média de declínio entre 1999 e 2008 tivesse sido mantida, a EPU quase seria alcançada até 2015”, isso mundialmente. Notamos que se houvesse a manutenção das taxas do começo dos anos 2000, teríamos um dos objetivos alcançados e com certeza seria um grande avanço nos programas de educação mundial. O relatório nota que “em muitos casos, as crianças não frequentam a escola por terem nascido com alguma condição de desvantagem”, e podemos imaginar que a ação de governos e famílias sejam fundamentais para que se equalize tal desvantagem.

Outro ponto que quero destacar é o Relatório aponta que muitos países estão distantes de alcançar os objetivos. Apesar de muitos países terem aumentado seus gastos em educação, não existe uma meta estabelecida, sendo 20% de seus orçamentos um parâmetro muito utilizado, mas sendo que se observou que a média mundial gira em torno de 15% e não há perspectivas de melhorias nesses gastos. Aponta-se que “dos 138 países com dados disponíveis, em 2011, apenas 25 gastaram mais do que 20%, enquanto pelo menos seis países de renda baixa e média reduziram o investimento em educação em cinco pontos percentuais ou mais do total de gastos governamentais, entre 1999 e 2011”.

O Relatório aponta que um de seus objetivos é mostrar como o investimento em educação pode ser um meio rápido de transformação. Ele nos dá a subsídios para entender do “porque investir sabiamente em professores e outras reformas destinadas a reforçar a aprendizagem equitativa transforma as perspectivas de longo prazo de pessoas e sociedades”.

Educação parece ser o caminho mais rápido e profundo de transformar ou lançar bases para uma sociedade que caminhe para a possibilidade de uma vida mais justa para um número cada vez maior de pessoas.

Por Gesley Fernandes é graduando em Administração Pública na Fundação Getúlio Vargas – São Paulo. É pesquisador e trabalha no setor de Educação.

SECOM/CPP